terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sim, podemos!



Era já a madrugada de 5 de Novembro de 2008 em Portugal, quando assistimos a este discurso. Mas nem as seis horas que nos separavam de Chicago conseguiam diluir a sensação de que algo estava a mudar no mundo.
Para quem, como eu, nasceu em meados da década de setenta do século XX, a mudança não era nada de novo. Assistimos ao fim da Guerra Fria e à queda do muro de Berlim. À abolição do apartheid e à libertação de Mandela. À emancipação de Timor Leste, e à ascensão do terrorismo fundamentalista a níveis nunca antes testemunhados.
A América que admirámos pelo progresso, no início do século XX, que olhámos sobranceiramente por entre os escombros das duas guerras mundiais, que nos dividiu na fidelidade quando o planeta se repartia entre democratas e comunistas, mas que nunca deixou de nos fascinar pela sua imensidão e pelo espírito indómito do seu povo, tinha-se tornado, até à fria noite de Novembro de 2008, o bode expiatório dos males do mundo. Mas tudo mudou.
Voltamos agora os olhos para o outro lado do Atlântico, com esperança e inveja, buscando ali as referências que não encontramos na multidão de burocratas que nos governam, em Lisboa e em Bruxelas. E, por uma vez, partilhamos com o povo americano a ousadia de ter esperança no que vem. Embora saibamos que, na melhor das hipóteses, as nossas eleições de 2009 vão ter como palavras de ordem um inócuo: sim, vamos ver o que se pode fazer...

2 comentários:

Helena de troia disse...

...e agora passado um ano, ainda achas que "yes, we can!"?...

Tiago de Brito Penedo disse...

Helena, acho que sim, eles conseguiram. A economia americana vai levantar-se muito antes da europeia, e certamente muitíssimo antes da portuguesa. O sistema político americano é complicado, e não é fácil fazer reformas e prumulgar leis, naquele país. Um condicionalismo que tem vantagens e desvantagens, mas certamente torna o trabalho do presidente bem menos dinâmico.